A Loucura resolveu convidar os amigos para tomar um café em sua casa. Todos os convidados foram. Após tomarem café, a Loucura propôs:
- Vamos brincar de esconde-esconde?
- Esconde-esconde? O que é isso? perguntou a Curiosidade.
- Esconde-esconde é uma brincadeira. Eu conto até cem e vocês se escondem. Ao terminar de contar, eu vou procurá-los e o primeiro a ser encontrado será o próximo a contar.
Todos aceitaram, menos o Medo e a Preguiça.
-1,2,3,... a Loucura começou a contar.
A Pressa se escondeu primeiro, em um lugar qualquer. A Timidez, tímida como sempre, escondeu-se na copa de uma árvore. A Alegria correu para o meio do jardim. Já a Tristeza começou a chorar, pois não achava um local apropriado para se esconder. A Inveja acompanhou o Triunfo e se escondeu perto dele debaixo de uma pedra. A Loucura continuava a contar e os seus amigos iam se escondendo. O Desespero ficou desesperado ao ver que a Loucura já estava no noventa e nove.
- Cem, gritou a Loucura. Vou começar a procurar.
A primeira a aparecer foi a Curiosidade, já que não agüentava mais querendo saber quem seria o próximo a contar. Ao olhar para o lado, a Loucura viu a Dúvida em cima de uma cerca sem saber em qual dos lados que ficasse estaria se escondendo. E assim foram aparecendo a Alegria, a Tristeza, a Timidez. Quando estavam todos reunidos, a Curiosidade perguntou:
- Onde está o Amor?
Ninguém o tinha visto. A Loucura começou a procurá-lo. Procurou em cima da montanha, nos rios, debaixo das pedras e nada do Amor aparecer. Procurando por todos os lados a Loucura viu uma roseira, pegou um pauzinho e começou a procurar entre os galhos, quando de repente ouviu um grito. Era o Amor, gritando por ter furado o olho com espinho. A Loucura não sabia o que fazer. Pediu desculpas, implorou pelo perdão do Amor e até prometeu seguir-lhe para sempre. O Amor aceitou as desculpas.
Hoje, o Amor é cego e a Loucura SEMPRE o acompanha.
11 de jan. de 2010
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Tempos atrás, viviam duas crianças, um menino e uma menina, que tinham entre quatro e cinco anos de idade.
ResponderExcluirO menino chamava-se Amor e a menina, Loucura.
O Amor sempre foi uma criança calma, doce e compreensiva. Já a Loucura era muito emotiva, passional e impulsiva, entretanto, apesar de todas as diferenças, as crianças cresciam juntas, inseparáveis: brincando, brigando...
Houve um dia, porém, em que o Amor não estava muito bem, e acabou cedendo às provocações de Loucura, com a qual teve uma discussão muito feia. Ela não deixava nada barato; estava furiosa como nunca com o Amor, e começou a agredi-lo, não só verbalmente, como de costume.
A menina estava tão descontrolada que agrediu o garoto fisicamente e, antes que pudesse perceber, arrancou os olhos do Amor.
O Amor, sem saber o que fazer, chorando, foi contar à sua mãe, a deusa Afrodite, o que havia ocorrido.
Inconsolada, Afrodite implorou a Zeus que ajudasse seu filho e que castigasse Loucura.
Zeus, por sua vez, ordenou que chamassem a garota para uma séria conversa.
Ao ser interrogada, a menina respondeu, como se estivesse com a razão, que o Amor havia lhe aborrecido e que foi merecido tudo o que aconteceu.
Embora soubesse que não fora justa com seu amigo, a menina - que nunca soube se desculpar - concluiu dizendo: que a culpa havia sido do Amor, e que não estava nem um pouco arrependida.
Zeus, perplexo com a aparente frieza daquela criança, disse que nada poderia fazer para devolver a visão ao Amor, mas ordenou que Loucura estaria condenada a guiá-lo por toda a eternidade, estando sempre junto ao Amor em cada passo que este desse.
E até hoje eles caminham juntos.
Onde quer que o Amor esteja, com ele estará Loucura, quase que fundidos numa só essência, tão unidos que por vezes não se consegue definir onde termina o Amor e onde começa a Loucura.
É também por isso que se costuma dizer que o Amor é cego.
A verdade é que o Amor tem os olhos da Loucura.
(Autor desconhecido)